Caminho dos condenados...

É solitário que sobrevivo as noites eternas e sigo meu caminho escolhendo os perigos menores; não há como escapar do perigo porque somos monstros e todo tipo de gente está atrás de nós, e como se isso não bastasse, os de minha espécie ainda se envolvem com os joguinhos da Jyhad ou com a Dança Macabra da não-vida...

O que me é reservado para esta noite?? Não sei... mas sigo em frente, sempre atento.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Diário de Mauro Souza

Amigo diário, hoje uma visita inesperada veio até meu trabalho. Meus segredos não permitem que prossiga, eles não devem ser registrados aqui, pois muitos podem cobiçar estas linhas, mas ninguém deve saber sobre a palavra que sela o pacto.

Eu descobri onde o Outro está... Ele está expondo sua arte tão melhor que a minha... porque o dom dele é melhor se ele não passa de uma cópia barata do meu antigo EU?

Deixo anexo a foto de um quadro que produzi hoje, para ter lembrança desta tarde...

Diário de Mauro Souza

"Eu tenho medo de esquecer dela, as vezes eu vou na praçinha onde nos encontravámos e observo de longe ela escrevendo ou desenhando.

Ela era boa nisso sabe? Daquelas que um pequeno vislumbre do rascunho é o suficiente para  saber que se tornará uma obra de arte, e eu sabia disso. Ela sempre me inspirou; nas paisagens que pintava era minha mãe natureza, era meu mundo, meu tudo.

Então eu voltei e a vi com outro.

Eu não esperava de fato que ela ficasse só por todo o tempo em que estive do outro lado, mas vê-la com outro foi tão triste..."

Então eu acordei.

Imagina diário, que sonhei escrever as linhas acima em ti, e ao acordar  eu me lembrava de cada palavra, e elas se repetiam em minha mente até que eu escrevesse. Foi tão estranho sentir as emoções de um sonho como se fossem reais...

Diário de Mauro Souza

"A cerca dilacera a escuridão do coração e a luz da mente. 

Através dela você foge de um mundo cruel e solitário e chega a um lugar mágico; o custo? 

Servir  em gratidão àquele que o libertou, e não importa a tortura mental pela qua passe com os senhores da casa, o mundo real é pior.

A cerca mostra seu poder diante de todos, desde os grandes trolls aos elementais, ou ao menor dos fae. A cerca nos tranca em um refúgio seguro, seus espinhos sufocantes não lhe permitem sair, é verdade, mas não deixa ninguém entrar.

É possivel ver a vida brotar da cerca, a cerca rastejante que tudo observa. Eu não me canso de ver como ela protege este mundo e quanto mais eu olho, mais me encanto..."

Eu encontrei este texto numa página de diário de um perdido, ele se foi e deixou suas anotações por aí... Somente esta página contém um texto legível que valha a pena a transcrição, o começo e o fim do texto foram corroídos pelo tempo, só o título do "poema" pôde-se ler: Ode a Cerca, com uma letra tão  bonita e uma arte tão caprichada que dá vontade ler...